IGF-1 – PERFIL (DUDU)

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O fator de crescimento 1 semelhante à insulina (IGF-1, somatomedina C) é um hormônio peptídeo anabólico de 70 aminoácidos que é estimulado pelo hormônio do crescimento (GH) após o nascimento e tem pronunciada atividade estimulante do crescimento [1]. Dada a baixa afinidade do GH com as proteínas plasmáticas, ele é rapidamente eliminado do sangue, com uma meia-vida de aproximadamente 20 minutos.

Já o IGF-1 é sintetizado 90% no fígado pelo estímulo do GH, é liberado lentamente e se une a seis proteínas de ligação do IGF diferentes (IGFBPs), sendo a proteína 3 de ligação do IGF (IGFBP-3) responsável por 95% da ligação na circulação, e isso prolonga a meia-vida do IGF-1 para aproximadamente 20 horas.

Insulina

O IGF-1 exerce atividade semelhante à insulina (anabólico, anti-catabólico, lipogênico, hipoglicemiante), mas de forma mais fraca, e também pode se ligar ao receptor de insulina, assim como a insulina pode ligar-se ao receptor de IGF-1, mas cada hormônio liga-se primariamente ao seu próprio receptor.



A maioria dos estudos indica que o IGF-1 atua na regeneração muscular por meio da estimulação das células satélites, e também na formação de colágeno, regeneração de cartilagens articulares (o que é muito bom para atletas que estão se recuperando de uma lesão)  e gênese de novos neurônios [2].  “O IGF – 1 é conhecido como um diferenciador celular.

A diferenciação é um processo de sinalização de células estaminais (células-tronco, que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a duas células semelhantes às progenitoras) imaturas para tornar-se um tipo de células especializadas, e no caso de IGF – 1, o tipo de célula a ser criada é a muscular. Estas células musculares recém formadas permanecerão células musculares permanentemente e irão reter a capacidade de hipertrofia no mesmo grau que as células musculares previamente existentes.

Hiperplasia

O processo de transformação de uma célula-tronco em uma célula muscular é conhecida como hiperplasia. Hiperplasia diferente de hipertrofia de células musculares, em que a hipertrofia é simplesmente o crescimento de células do músculo previamente existentes, ao passo que a hiperplasia leva a um aumento efetivo no número de células do músculo presente.



IGF-1 trabalha lado a lado com o MGF (fator de crescimento mecânico), a fim de realizar o processo de hiperplasia. MGF inicia este processo através da proliferação de células, que é a formação de novas células estaminais. Uma vez que estas novas células estaminais tem sido fabricadas, o IGF – 1 pode em seguida executar a sua função de diferenciação, completando o processo de hiperplasia” [3].

Estudos mostraram que os níveis de IGF-1 não sofrem modificações com o treinamento de força, mesmo os níveis de GH serem elevados em mais de 10 vezes após o treino. No entanto, um experimento mostrou que o treino de força aumentou os níveis “locais” (no músculo, isoforma parácrina/autócrina) de IGF-1 em cerca de 500%. A atuação autócrina/parácrina  do IGF-1 foi demonstrada em estudos envolvendo a aplicação localizada do peptídeo.

IGF-1 e GH

Em estudos realizados em que GH e IGF-1 foram utilizados em conjunto, foi encontrado um maior aumento de massa corporal magra e redução de gordura do que pelo uso de cada composto sozinho [4]. Pesquisas também acreditam que o uso de testosterona (andrógenos) também aumentam os níveis de IGF no músculo.



Estudos fornecem evidências de que a ingestão de proteínas é um fator determinante dos níveis de IGF-1 circulante em humanos, e sugerem que a ingestão reduzida de proteína pode tornar-se um componente importante de intervenções dietéticas anticâncer e antienvelhecimento [5]. Isso significa que IGF funciona muito melhor quando você está comendo proteína suficiente (1.7-2 g/kg).

O tipo mais popular de IGF-1 disponível no mercado negro é uma versão mais duradoura (mais aminoácidos), conhecida como IGF -I Lr3. IGF-1 Lr3 (83 aminoácidos) é mais potente  (2-3x) do que as versões menores que já não estão disponíveis no mercado negro, uma vez que tem uma afinidade menor para ser tornado inativo por proteínas de ligação de IGF. IGF-1 LR3 é mais comumente injetado uma vez por dia, todos os dias ou apenas nos dias de treino, antes ou após o treino.

Doses

A faixa de dosagem eficaz é tipicamente entre 50-150 mcg por dia (injetados bilateralmente nos músculos), apesar de uma pequena porcentagem de usuários exceder esta dosagem . Não se sabe ainda o limite de dosagem em que LR3 deixa de exercer efeitos adicionais.



Dessensibilização parece ocorrer após cerca de 4 semanas de uso crônico, altura em que o indivíduo tem a opção de interrupção do peptídeo por um período de 2-4 semanas (depois do qual pode voltar a usar) ou o indivíduo pode optar por aumentar a dosagem, a fim de sobrepor-se a dessensibilização e continuar experimentando seus benefícios. No entanto, o processo de dessensibilização continuará a ocorrer em cada dose ascendente [3].

abraços, DUDU HALUCH.

REFERÊNCIAS:

[1] Fisiologia Médica, W. Ganong, 22ª edição.

[2] Bases Científicas do treinamento de HIPERTROFIA, Paulo Gentil, 4ª edição.

HIPERTROFIA HIPERPLASIA, 3ª edição.

[3] http://www.worldclassbodybuilding.com/forums/f54/igf-1-explored-by-mike-arnold-120541/

[4] http://thinksteroids.com/steroid-profiles/igf-1/

http://www.steroid.com/igf.php#

Recombinant human growth hormone, insulin-like growth factor 1, and combination therapy in AIDS-associated wasting. A randomized, double-blind, placebo-controlled trial.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8967666

[5] Long-term effects of calorie or protein restriction on serum IGF-1 and IGFBP-3 concentration in humans.



http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18843793

Effects of caloric or protein restriction on insulin-like growth factor-I (IGF-I) and IGF-binding proteins in children and adults.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7531712




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