A FREQUÊNCIA DAS REFEIÇÕES INFLUENCIA NA PERDA DE GORDURA?
Esse é um ótimo exemplo de como pessoas que estudam pouco e não usam estudos para embasar seus pontos de vista podem usar seu conhecimento raso de fisiologia para defender suas ideias.
Nesse caso (ver figura) foi dito que não importa a quantidade do que se come e sim a frequência, pois ao comer mais frequentemente seus níveis de insulina ficariam constantemente elevados e isso faria com que você armazenasse mais gordura. Sim, a insulina é um hormônio secretado pelo pâncreas principalmente em resposta a ingestão de carboidratos e inibe a lipólise (quebra da gordura) e sua oxidação (queima), além de favorecer a síntese de gordura (lipogênese). O erro grave está em achar que a frequência das refeições por si vai manter a insulina tão elevada como nessa figura TOSCA (feita propositalmente por quem quer vender esse tipo de ideia bizarra).
Na verdade, o que tem mais impacto no ganho de peso é a quantidade do que você come e não a frequência e o indivíduo não vai ganhar peso só por comer com mais frequência. Não há estudos que suportem uma BOBAGEM dessas. Inclusive, muitos indivíduos obesos comem poucas refeições ao dia, mas comem em grande quantidade alimentos ricos em carboidratos refinados e gordura. Se um indivíduo come pouca quantidade em várias refeições ao dia, os picos de insulina obviamente serão muito menores que o da figura e não ficarão elevados o tempo todo, como essa figura tosca faz parecer, até porque depende do que você come em cada refeição.
Para não ficar só na argumentação é válido mostrar o que dizem os estudos que comparam jejum intermitente e restrição calórica contínua para perda de peso. Segundo a revisão sistemática de Seimon (2015): “O jejum intermitente representa, portanto, uma opção válida – embora aparentemente não superior – à restrição contínua de energia para perda de peso”.
Lembrem -se também que até um tempo atrás se dizia o contrário, que comer mais frequentemente acelerava o metabolismo. Não tenha medo da insulina, o problema não é ela, o problema é comer demais e/ou estar resistente à insulina.
abraços, Dudu Haluch
REFERÊNCIAS:
Do intermittent diets provide physiological benefits over continuous
diets for weight loss? A systematic review of clinical trials. (2015)
Seimon RV
Effects of meal frequency on weight loss and body composition: a meta-analysis. (2015)
Schoenfeld BJ