A dieta também contribui com uma parcela do gasto energético diário, o chamado “efeito térmico dos alimentos” (ETA) ou “termogênese induzida pela dieta” (TID), que se deve a um aumento do metabolismo devido aos processos de digestão, absorção e armazenamento no organismo.
Muita gente acredita que a gordura contribui bastante para a TID, mas sua contribuição é a menor entre os macronutrientes, variando de 0 a 3% do gasto energético. A TID dos carboidratos varia de 5 a 10% e as proteínas oferecem a maior contribuição entre os macronutrientes, ficando entre 20 e 30%.
Considere um indivíduo de 75 kg que consome 120 g de proteínas por dia (1,6 g/kg nesse caso). Supondo que ele dobre o consumo de proteínas, consumindo 240g por dia, podemos estimar o impacto desse aumento no gasto energético. Para facilitar o entendimento, vamos supor que ele adicionou essas 120 g de proteínas (480 kcal) e retirou da dieta a mesma quantidade calórica em gordura (480 kcal). Dessa forma, a dieta não teve adicional de calorias. Considerando que a TID da proteína é 20 a 30% do consumo de calorias, temos:
● 480 kcal x 0,20 = 96 kcal
● 480 kcal x 0,30 = 144 kcal
Isso significa que o impacto do aumento da ingestão de proteínas nesse exemplo fica entre ~ 100 e 150 kcal. Essa é uma estimativa bem otimista, já que considerei que o indivíduo dobrou a ingestão de proteínas e fez a troca com gorduras, que promovem um impacto muito pequeno na TID. Sendo mais conservador eu diria que dificilmente o impacto de um grande aumento na ingestão de proteínas vai elevar o gasto energético mais de 100 kcal. Ou seja, o principal efeito do aumento da ingestão de proteínas no emagrecimento é o efeito no aumento da saciedade.
Referência: Livro Emagrecimento e Metabolismo. Dudu Haluch, 2021.