Porque funciona para os pro's!
Para um hormônio ter efetividade no ganho de massa muscular ou na melhora estética do físico no curto prazo é necessário o uso de doses suprafisiológicas, sendo assim esteroides androgênicos e GH respeitam esse critério, enquanto o uso da insulina como é feito pela maior parte dos atletas não parte de ilusão, e eles estão provavelmente atribuindo resultado ao ganho de peso, ou a um efeito em combinação com esteroides (que no caso é efeito desses últimos e não da combinação) [1].
Nos homens a produção de testosterona é média de 50-70mg por semana, de forma que doses suprafisiológicas de esteroides na faixa de 200-300mg semana já podem ser efetivas para o ganho de massa muscular no curto prazo. Como isso é já bem conhecido, não vou me deter nesse ponto.
Nos adultos, a produção endógena de GH é de aproximadamente 0,4 mg/dia (1,2UI), e nos jovens adolescentes, cerca de 0,7 mg/dia (2,1 UI). Nos adultos, com idade entre 30 a 50 anos, a produção endógena de GH é de aproximadamente 0,2 mg/dia (0,6UI) em mulheres e 0,1 mg/dia (0,3UI) em homens (BUZZINI, et al, 2007). A concentração plasmática basal de GH em adultos: 0 a 3 ng/ml [2]. Embora a eficácia do GH para ganho de massa muscular em atletas seja contestada por muitos estudos (e de fato seu uso de forma isolada se mostra muito limitado em pessoas sem deficiência do hormônio) [3], outros estudos mostram que ele apresenta eficácia na perda de gordura e manutenção da massa magra quando em combinação com dieta hipocalórica [4]. Como podemos ver, doses de GH usualmente usadas por atletas estão na faixa de 4UI por dia (mulheres na faixa de 2UI na maioria das vezes), de modo que os mais jovens terão pouco benefício em doses próximas de 2UI. Fisiculturistas de elite chegam a usar doses tão altas como 15-20UI por dia, ou mais, principalmente em períodos pré-contest.
Uma estudo de revisão recente mostrou que a insulina não aumenta síntese proteica muscular em adultos jovens quando usada em doses fisiológicas (20-30UI por dia), apenas em doses suprafisiológicas [5], que é como fisiculturistas pesados de alto nível costumam usar (doses acima de ~50-100UI por dia). Um agravante de se forçar uso de altas doses de insulina visando aumento da síntese proteica é que você inevitavelmente favorece o ganho de gordura, pois doses mais elevadas exigem maior ingestão de alimentos, grande aumento do saldo calórico, e altos níveis de insulina inibem a atividade de enzimas lipolíticas como LHS (lipase hormônio sensível), responsável pela degradação de triglicerídeos no tecido adiposo, e também aumentam a atividade de enzimas lipogênicas, como a lipase lipoproteica, o que favorece o uso de ácidos graxos para esterificação (armazenamento).
O uso de altas doses de insulina por fisiculturistas de elite é feito sempre em conjunto com altas doses de esteroides, GH e/ou drogas termogênicas potentes como DNP, T3, clembuterol, etc. O uso de insulina em uma dieta de pouco calórica (low carb) pode ter eficácia no sentido de se atenuar o catabolismo da massa muscular, mas também tende a reduzir a eficácia da queima de gordura, embora nesse caso a opção mais viável seriam as insulinas de ação rápida/ultra rápida (Humulin R, Humalog). Cabe nesse caso o atleta ter experiência do uso, uma vez que o risco de hipoglicemia tende a aumentar em dietas mais restritas em carboidratos.
Fisiculturistas de elite costumam usar insulina durante parte do seu período pre-contest, mas considero o uso desse hormônio ineficiente para a maioria dos atletas, principalmente nas doses que estão no limite do que o organismo produz naturalmente (20-30UI por dia), porque você está basicamente substituindo a produção natural do seu hormônio fazendo reposição, e ao aumentar a dose você inevitavelmente precisa aumentar a quantidade de alimento ingerida. O uso de insulina por mulheres não faz nenhum sentido, exceto talvez na categoria bodybuilder, dependendo do nível da atleta.
abraços, Dudu Haluch
REFERÊNCIAS:
[1] Eficiência do uso da insulina no bodybuilding (Dudu Haluch)
Sinergia dos Hormônios 3: insulina, GH e esteroides (DUDU)
[2] Produção NATURAL e limite NATURAL (DUDU)
[3] Growth hormone and body composition in athletes.
Frisch H
GH e o poder da SINERGIA (DUDU)
[4] Persistent lipolytic effect of exogenous growth hormone during caloric restriction.
Snyder DK, Underwood LE, Clemmons DR.
[5] MECHANISMS IN ENDOCRINOLOGY: Exogenous insulin does not increase muscle protein synthesis rate when administered systemically: a systematic review.
Trommelen J, Groen BB, Hamer HM, de Groot LC, van Loon LJ