Todo nosso conhecimento de ciclos de esteroides vêm de nossas cobaias do passado, são ~60 anos de fisiculturismo com esteroides. Mas se no passado intervalos entre ciclos eram uma realidade, os profissionais de hoje não podem se dar muito a esse luxo, pois o esporte exige cada vez mais físicos mais “freaks”, e se você quer ser competitivo no meio pro tem que pensar que seus adversários vão usar de tudo para vencer você, então grandes períodos OFF drugs são uma realidade apenas para o usuário recreativo ou para alguns competidores amadores.
Estamos interessados em ciclos normais para um usuário recreativo ou aspirante a competidor. Existem muitos protocolos de ciclos curtos e longos que um usuário pode fazer, mas o que nos interessa é saber quanto tempo em média deve durar um ciclo para ele ser eficiente e não trazer grandes problemas com colaterais (como uma severa inibição do eixo HPT que costuma ocorrer em ciclos longos).
Segundo Bill Roberts ciclos curtos, entre 3 e 5 semanas, não seriam interessantes já que eles provocam uma inibição do eixo HPT muito semelhante a um ciclo de 8 semanas. Roberts também argumenta que o usuário precisa ter metas realistas, e nesse sentido ele poderia fazer um ciclo até alcançar seus objetivos, e logo em seguida se preocupar com a restauração do eixo HPT, para minimizar as perdas pós-ciclo.
Segundo L. Rea, autor de Chemical Muscle Enhancement, os maiores ganhos de um ciclo acontecem entre 10 e 30 dias do início do ciclo, onde ocorre uma quebra de homeostase mais violenta. Portanto a tendência é que não ocorram ganhos muito significativos à partir da 6ª semana, no entanto os colaterais podem se agravar (aromatização, retenção, etc). William Llewellyn,autor do livro Anabolics, mostra através de um gráfico (baseado em observações) como os ganhos tendem a estagnar entre 6 e 8 semanas.
Muitas pessoas gostam de ciclos longos (> 12 semanas), porque durante o uso os esteroides costumam causar uma ótima sensação de bem-estar (força, músculos cheios), no entanto é importante lembrar que quanto mais tempo você permanecer no ciclo, pode tornar mais difícil e lenta a recuperação do eixo hormonal (HPT), o que pode trazer sérias consequências na manutenção dos ganhos pós-ciclo, e nesse caso o usuário deve tomar as devidas precauções (como uma TPC bem feita e acompanhamento de exames) para acelerar a recuperação.
Em geral, os usuários costumam relatar excelentes ganhos, sem grandes problemas com a recuperação pós-ciclo, com ciclos de ~8 semanas, e se você for usar drogas de meia-vida longa (enantato, cipionato, deca, boldenona, dura), esse é um bom tempo de ciclo. Você poderia decidir continuar o ciclo por 10, 12 semanas se ganhos significativos são notados, mas em geral não é o que acontece.
Ciclos de ~6-8 semanas usando drogas de meia-vida curta também costumam trazer grandes ganhos, e com o bônus de uma rápida recuperação pós-ciclo em geral.
Ciclos mais longos (~16-20 semanas) costumam ser usuais entre atletas de fisiculturismo, principalmente porque costumam fazer em 2 etapas, com uma fase de Bulk, seguida uma fase cutting, o que torna o ciclo mais eficiente do que o um ciclo longo normal, já que vai exigir mais uma quebra de homeostase pela mudança da dieta e das drogas na transição entre as duas fases. Ou também por aqueles atletas que precisam fazer um contest muito longo. Nesse caso a prioridade do ciclo é a manutenção da massa muscular e a queima de gordura, então não tem tanta perda de eficiência fazer um ciclo de cutting de 12-16 semanas já que o objetivo principal não é o ganho de massa magra. Alguns atletas alternam entre blast (ciclo) e cruise (ponte) a fim de manter mais facilmente os ganhos do ciclo, manter o percentual de gordura controlado, tentar normalizar as taxas alteradas (colesterol, TGO, TGP, creatinina, etc) no cruise e também usar o cruise para quebrar platô entre um ciclo (blast) e outro.
É importante notar que os maiores ganhos vêm sempre no início do ciclo (primeiras 4 semanas), então não é necessário usar drogas mais poderosas e de ação rápida (orais) no começo do ciclo (kick start), ou altas doses de injetáveis (front load). Essa ideia equivocada parte da ideia de você potencializar os ganhos no início do ciclo pela quebra violenta da homeostase, e erroneamente supõe que os ganhos vão se manter nas semanas seguintes do ciclo com o aumento da concentração dos injetáveis de meia-vida longa no sangue. Acontece que os ganhos de um ciclo comum (sem kick start e front load) já começam a estagnar entre 6 e 8 semanas, mas quando você adiciona o kick start ou o front load você tem ganhos muito maiores no início, por outro lado quando terminar o kick start e o front load o crash hormonal (pela queda nas doses totais de andrógenos do ciclo) vai provocar uma grande desaceleração dos ganhos, e mesmo o acúmulo das drogas injetáveis no sangue não terá um impacto significativo para manter os ganhos continuamente, já que houve uma redução de potência anabólica em um período onde os ganhos de um ciclo já são normalmente mais difíceis. Você pode deixar para usar as drogas orais mais anabólicas (hemogenin, dianabol) ou aumentar as doses de injetáveis do meio para o final do ciclo para quebrar platô, mas lembre-se que se você termina o ciclo com uma dose alta de anabólicos, você pode perder uma boa parte dos ganhos por ter um grande crash hormonal no final do ciclo, então se você não se mantém on fire isso é um risco muito grande. E mesmo que pense em aumentar os ganhos do ciclo continuamente, a fim de estender o ciclo (bulk por exemplo) por mais de 10-12 semanas, logo vai perceber que é preciso doses muito elevadas para ter ganhos ínfimos.
“quanto mais longo o ciclo, menor a potência anabólica”
abraços, DUDU HALUCH