O acúmulo de evidências de estudos observacionais mostrou associações inversas significativas entre a ingestão de fibras dietéticas e os riscos de várias doenças crônicas, incluindo acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, adenoma colorretal, câncer gástrico e câncer de mama, todos os quais podem afetar a mortalidade total.
Uma alta ingestão de fibras (> 25-30 g por dia) está associada à redução do risco de diabetes tipo 2, doença cardiovascular e mortalidade.
Vários mecanismos potenciais podem explicar o papel benéfico da ingestão de fibras alimentares nos riscos de doenças crônicas.
A ingestão de fibras dietéticas tem sido associada ao aumento da saciedade resultante do tempo prolongado necessário para a absorção de nutrientes e retardo do esvaziamento gástrico, bem como à redução das respostas pós-prandiais da glicose.
A alta ingestão de fibras dietéticas também foi associada à diminuição dos níveis séricos de colesterol, reduzindo a absorção de colesterol no intestino delgado e aumentando a excreção de ácidos biliares nas fezes.
Além disso, a ingestão de fibras alimentares está associada a níveis mais baixos de marcadores inflamatórios, como proteína C reativa, interleucina-6 e fator de necrose tumoral α. Os ácidos graxos de cadeia curta, que são produzidos a partir da fermentação da fibra dietética pela microbiota (principalmente fibras solúveis), funcionam como um regulador chave das ações antiinflamatórias.
REFERÊNCIAS: Dietary fiber intake and total mortality: a meta-analysis of prospective cohort studies
Youngyo Kim et al. Am J Epidemiol. 2014.
Associations between dietary fiber and inflammation, hepatic function, and risk of type 2 diabetes in older men: potential mechanisms for the benefits of fiber on diabetes risk
S Goya Wannamethee et al. Diabetes Care. 2009 Oct.
E-book OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA. Dudu Haluch e Marcelo Conrado, 2023. Lançamento dia 26/04.