QUEIMA DE GORDURA E CATABOLISMO (DUDU)

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quanto mais seco mais frango!

Quando você perde peso muito rápido você potencializa não só as vias de degradação das gorduras, como também das proteínas (catabolismo). Isso obviamente acontece porque ao reduzir drasticamente as quantidades de carboidratos da dieta você diminui os níveis de insulina, o principal hormônio anabólico e anti-catabólico do organismo, enquanto favorece o estímulo dos hormônios catabólicos, como glucagon e cortisol, e também das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) se aumenta a intensidade da atividade física visando perda de peso.

Os carboidratos essencialmente possuem um efeito poupador tanto de proteína como de gordura, isso significa que ao reduzir a quantidade de carboidratos na dieta você aumenta a degradação de proteínas e gorduras (principalmente), e se aumentar as quantidades de carboidrato você favorece tanto a síntese de proteínas (anabolismo muscular), como também a síntese de ácidos graxos (acúmulo de gordura), por isso é tão difícil crescer seco, e isso depende do metabolismo, do ambiente hormonal (uso de esteroides androgênicos por exemplo favorecem a síntese proteica e aumentam a queima de gordura pelo aumento do metabolismo) e da velocidade do processo.

Meu foco aqui é falar de como uma redução drástica nas calorias da dieta (carboidratos), e/ou um aumento grande da atividade física (exercício aeróbico), potencializam não só a queima de gordura, como também o catabolismo muscular. Ou seja, quanto mais rápida e grande a perda de gordura, pior para seus músculos!



As catecolaminas são secretadas pela medula adrenal em resposta à atividade física. Seus efeitos metabólicos são marcadamente degradativos, aumentando a quebra de glicogênio muscular e hepático (glicogenólise) e a degradação de triglicerídeos (gordura) do tecido adiposo. As catecolaminas atuam através dos receptores adrenérgicos alfa e beta (mesmo receptores de drogas como clembuterol, efedrina). Com a ligação a esses receptores elas ativam a enzima Lipase Sensível ao Hormônio (LSH) nos adipócitos (células de gordura). Com a ativação da LSH ocorre uma rápida quebra de triglicerídeos e a mobilização de ácidos graxos, que posteriormente serão oxidados nas mitocôndrias via ciclo de Krebs. O cortisol, o glucagon e o hormônio do crescimento também são estimulados fortemente pelo aumento da intensidade do exercício, como também pelo jejum ou restrição calórica, e vão ativar a LSH nos adipócitos, aumentando a lipólise (quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol). Enquanto a insulina desativa a LSH, reduzindo a lipólise.

Além da ativação da LSH nos adipócitos pelos hormônios lipolíticos durante o exercício (catecolaminas, GH, cortisol, glucagon), uma via de sinalização intracelular chamada AMPK também é ativada, principalmente durante o exercício aeróbico. AMPK é responsável pelo aumento do transporte de glicose para o interior da célula e pelo aumento da oxidação de ácidos graxos (queima de gordura), estimulando vias de sinalização que também estimulam a biogênese mitocondrial (aumento do volume e número de mitocôndrias, responsáveis pela maior oxidação de gordura). Além disso, AMPK é responsável pela inibição da via da mTOR (e consequentemente inibição da síntese de proteínas) e tem sua expressão aumentada quando o estoque energético é baixo (baixo estoque de glicogênio), como em uma dieta CUTT/Contest.

Durante o CUTT além do aumento da expressão da AMPK, a redução dos carboidratos da dieta diminui a insulina, o que favorece a lipólise (quebra de gordura em ácidos graxos) pelo maior estímulo dos hormônios lipolíticos e catabólicos, glucagon, cortisol, GH (anabólico para as proteínas), catecolaminas (estimuladas principalmente pela atividade física). Os baixos níveis de carboidratos e insulina estimulam fortemente a queima de gordura durante uma dieta muito restrita, mas reduz significativamente o estímulo à síntese proteica, pois ocorre desativação da via Akt/mTOR (responsável pelo aumento da síntese de proteínas), que é sinalizada fortemente pela insulina, como também pelo IGF-1. Claro que uma alteração no ambiente hormonal, através do uso de androgênios, GH, IGF-1, pode reduzir esse catabolismo, pelo aumento da expressão da Akt/mTOR. E quando não existe uma restrição calórica tão grande é possível ganhar massa muscular e queimar gordura justamente por esse aumento na sinalização da Akt/mTOR por hormônios anabólicos.



Basicamente é isso, quanto mais você queima gordura, mais você degrada proteínas e reduz síntese proteica. Isso pode ser modulado quando você modifica o ambiente hormonal pelo uso de hormônios anabólicos e outras drogas, mas é fato que o modo como manipula os carboidratos na dieta e a intensidade volume da atividade física farão grande diferença. E vale lembrar que a resposta do organismo aos hormônios pode variar muito com o tempo de uso e manipulação das doses, como também com a disponibilidade de nutrientes. Não existe uma fórmula que serve para todos obviamente, porque a manipulação de cada variável depende da resposta genética e do metabolismo individual, como também do objetivo e do que você já faz em termos de treinamento e dieta, e quanto mais você abusa de estratégias extremistas, como dieta muito restrita, doses muito altas, excesso de atividade física, pior é o seu potencial para evoluir.

A construção de um bom físico exige paciência e consistência, então pare de fantasiar com essas merdas que dizem sobre queimar muita gordura enquanto constrói músculos, ou ganhar muito músculo sem ganhar gordura. Isso é fisiologicamente e bioquimicamente inviável naturalmente.

abraços, dudu haluch




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