CARBOIDRATOS E METABOLISMO

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Existe um grande exagero e simplificação quando algumas pessoas falam de carboidratos sem conhecimento de bioquímica. A maior parte dos carboidratos da nossa dieta se encontram na forma de amido e açúcar (sacarose = glicose + frutose). Depois de digeridos no intestino esses carboidratos são absorvidos na forma de monossacarídeos (glicose, frutose, galactose), sendo a glicose o mais abundante a entrar na corrente sanguínea.

A glicose é utilizada como fonte de energia por todas as células do organismo. Embora a maior parte dos órgãos e tecidos também consiga utilizar gorduras (ácidos graxos) como fonte de energia, os neurônios e hemácias dependem de glicose. A degradação da glicose é chamada de glicólise e pode produzir energia com a presença de oxigênio (glicólise aeróbia) e sem a presença de oxigênio (glicólise anaeróbia).

Na glicólise uma molécula de glicose sofre uma série de reações enzimáticas resultando em 2 moléculas de piruvato. Na ausência ou insuficiência de oxigênio o piruvato se converte em lactato pela ação da lactato desidrogenase (LDH) produzindo apenas 2 ATP (3 ATP quando proveniente da quebra de glicogênio), mas de forma muito rápida. A glicólise aeróbia acontece na grande maioria das células e exige a presença de oxigênio. O piruvato entra na mitocôndria das células e se converte em acetil-coa pela ação da enzima piruvato desidrogenase (PDH). Em seguida o acetil-coa é oxidado no ciclo de Krebs produzindo 32 ATP.



A glicólise anaeróbia acontece nas hemácias (por elas não possuírem mitocôndrias) e também no exercício de alta intensidade, onde a presença de oxigênio não é suficiente para produzir energia devido a grande demanda energética do músculo. Ao reduzir os carboidratos da dieta boa parte dos tecidos podem se adaptar a utilizar ácidos graxos como fonte de energia, mas isso tende a afetar o desempenho do exercício de moderada e alta intensidade. O catabolismo de proteínas também pode aumentar porque os aminoácidos também podem ser utilizados como fonte de energia pelos tecidos e para a gliconeogênese.

Nosso metabolismo é muito flexível quando se trata de produção de energia, mas embora a retirada de carboidratos aumente a oxidação de gordura, a perda de gordura depende do déficit calórico.

abraços, Dudu Haluch

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 2: GLICÓLISE ANAERÓBIA

Glicólise anaeróbia é a degradação da glicose para produção de energia (ATP) que ocorre quando há ausência de oxigênio na célula, como é o caso das hemácias e das células da retina e da medula adrenal (não possuem mitocôndrias). A glicólise anaeróbia também pode ocorrer nas fibras musculares (fibras brancas, de contração rápida) no exercício de moderada e alta intensidade, pois nessa situação a demanda energética é muito alta e a oxidação da glicose pela via aeróbia não é suficiente para suprir essa grande e rápida demanda energética..



Isso acontece porque durante a degradação da glicose, os intermediários metabólicos doam elétrons à coenzima NAD+, formando NADH. O NADH precisa ser oxidado, doando seus elétrons, para regenerar NAD+, já que essa coenzima se apresenta em pequenas quantidades na célula e na sua ausência a glicólise não pode ocorrer. No exercício de alta intensidade ocorre grande produção de NADH e piruvato (produto final da glicose), mas a oxidação de NADH na mitocôndria ocorre de forma lenta, o que inviabiliza produção de energia pela glicólise, já que a quantidade de NAD+ fica reduzida. Uma alternativa para oxidação de NADH é o piruvato ser reduzido à lactato pela enzima lactato desidrogenase (LDH), o que regenera o NAD+ e permite que a glicólise continue.

O lactato pode se acumular em grande quantidade na célula sem grandes problemas, mas durante a glicólise anaeróbia também ocorre liberação de grande quantidade de íons hidrogênio (H+), deixando pH da célula mais ácido. Não é o lactato que causa acidose metabólica e sim os íons hidrogênio produzidos no processo. A redução do pH muscular prejudica o funcionamento das enzimas da via glicolítica e consequentemente o exercício físico não pode ser mantido em alta intensidade por muito tempo, ocorrendo fadiga.

O lactato pode sair da célula e virar glicose no fígado (gliconeogênese) ou também ser convertido em piruvato pela LDH em outros tecidos (coração, rins) e ser oxidado pelo ciclo de Krebs. No câncer também ocorre grande produção de energia pela glicólise anaeróbia, o que intensifica a gliconeogênese, elevando a taxa metabólica.



abraços, Dudu Haluch




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