CATABOLISMO é a fase de degradação do metabolismo, enquanto ANABOLISMO é a fase de síntese do metabolismo.
No catabolismo os macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) são degradados em unidades menores e com menor quantidade energética como monossacarídeos (glicose, frutose, galactose), ácidos graxos e aminoácidos. A energia resultante do catabolismo é aproveitada pelo organismo que normalmente a armazena nas células em forma de compostos trifosfatados, como o ATP e o GTP. A célula utiliza as moléculas de ATP para transferir a energia liberada pelo catabolismo para as reações que precisam de energia que constituem os processos anabólicos (formação de proteínas, biossíntese de ácidos graxos, glicogênese). Muitas dessas reações anabólicas e catabólicas estão ocorrendo de forma simultânea dentro das células, de acordo com a necessidade de cada célula e tecido do organismo.
O saldo entre anabolismo e catabolismo ao longo do tempo depende da soma total das reações catabólicas e anabólicas, e esse saldo vai depender do estímulo do treino, da dieta e do ambiente hormonal (isso se tratando de anabolismo proteico, porque ganho de gordura também é um processo anabólico). É difícil catabolizar durante um ciclo, porque a sinalização hormonal otimiza os processos anabólicos e atenua os processos catabólicos, de forma que mesmo em dieta restrita é possível manter um saldo final anabólico. Dentro desse contexto mais amplo é besteira se preocupar se uma variável, como cardio/termogênico, pode levar a perda de massa muscular, porque você obviamente precisa analisar o contexto global do que está fazendo.
O catabolismo como um processo crônico de perda de massa muscular em indivíduos treinados não acontece de um dia para o outro. As condições para que isso aconteça envolvem destreinamento, por um período maior que ~2 semanas, má alimentação com déficit calórico por dias prolongados, e principalmente uma alteração agressiva no perfil hormonal, como é o caso de indivíduos que fazem uso de esteroides androgênicos.
Ficar algumas horas sem comer durante o dia, como na dieta do jejum intermitente, não levará necessariamente a perda de massa muscular. Longos dias sem carboidratos podem levar a perda de massa muscular, principalmente se a perda de peso ocorre de forma rápida. Maiores agravantes para a perda de massa muscular são baixos níveis de proteínas na dieta quando os níveis de carboidratos já estão baixos (redução do efeito poupador de proteína dos carboidratos) e o percentual de gordura está muito baixo. Quanto mais peso se perde e quanto menor percentual de gordura maior a tendência para catabolizar massa magra.
No entanto, o maior agravante para o catabolismo é a alteração drástica que ocorre no ambiente hormonal pós-ciclo de esteroides. Isso acontece devido ao agressivo crash hormonal pós-ciclo (queda drástica no nível de hormônios anabólicos enquanto a testosterona endógena fica suprimida). Além disso, ocorre um aumento da resistência à insulina no pós-ciclo devido aos baixos níveis de testosterona, e também uma queda da taxa metabólica pela queda dos níveis de hormônios anabólicos. Em conjunto com níveis elevados de estrogênio (estradiol), ou seja, um desequilíbrio na relação testosterona/estrogênio, isso acaba levando a um ganho de gordura pós-ciclo. Veja, que não bastam alterações na dieta para reverter essa situação de catabolismo muscular e ganho de gordura pós-ciclo, simplesmente porque o ambiente hormonal foi violentamente modificado, e a sinalização catabólica e lipogênica é muito favorecida. A recuperação rápida dos níveis de testosterona pós-ciclo é fundamental para atenuar esses efeitos negativos no físico, mas mesmo a restauração do equilíbrio hormonal não será suficiente para manter os ganhos que foram conquistados de forma rápida durante o ciclo, pois o ambiente hormonal intra ciclo expressa uma sinalização anabólica e anti-catabólica que não pode ser mantida pelo nosso organismo em níveis fisiológicos de hormônios anabólicos (testosterona endógena).
Nem todo BCAA do mundo vai te ajudar nessa fase meu amigo.
abraços, dudu haluch