Nós sabemos que os hormônios anabólicos (testosterona, GH, IGF-1 e insulina) desempenham um importante papel nas adaptações do treinamento de força, mediando parte da sinalização celular responsável pela hipertrofia. Também sabemos que o uso de esteroides anabolizantes em doses suprafisiológicas promove um aumento de massa muscular que é dose-dependente (o mesmo não ocorre com GH, IGF-1, insulina, pelo menos não de forma isolada).
O principal receptor da testosterona e seus derivados sintéticos é o receptor androgênico (AR) e é principalmente através desse receptor que a testosterona e os esteroides androgênicos atuam no organismo, promovendo efeitos anabólicos e androgênicos.
O estudo de Morton (2018) mostrou que a facilidade/dificuldade que um homem tem para ganhar massa muscular não tem relação com os níveis endógenos de testosterona (nem com os níveis de GH e IGF-1) e sim com o número de receptores androgênicos na fibra muscular.
Após entrar na fibra muscular e se ligar ao AR, a testosterona promove hipertrofia muscular através do aumento da síntese proteica muscular e do aumento de células satélites e mionúcleos. Indivíduos mais responsivos ao treinamento resistido também parecem ser os mais responsivos ao uso de testosterona e esteroides anabolizantes.
Dessa forma, o maior determinante para o ganho de massa muscular é o potencial genético do indivíduo. Além disso, exagerar no consumo de proteínas ou BCAA não irá promover hipertrofia porque a síntese proteica muscular é limitada e não pode ser aumentada continuamente.
Os indivíduos com maior potencial para aumentar síntese proteica parecem ser os que apresentam maior número de mionúcleos, células satélites e receptores androgênicos nas fibras musculares, que são justamente os mais responsivos ao treinamento e aos esteroides anabolizantes.
Referências:
E-book TESTOSTERONA (fisiologia, estética e saúde). Dudu Haluch, 2020.
Muscle Androgen Receptor Content but Not Systemic Hormones Is Associated With Resistance Training Induced Skeletal Muscle Hypertrophy in Healthy, Young Men Robert W Morton et al. Front Physiol. 2018.