DOPING NO MMA (DUDU)

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Cansado de ouvir tantas bobagens de ambos os lados!

A lista de lutadores pego nos testes anti-doping não é pequena. Na maioria dos casos por uso de esteroides, mas é bem provável que grande parte dos lutadores faça uso de GH, devido a sua difícil detecção pelos testes. É provável também que lutadores façam uso de outros peptídeos, principalmente para ajudar na recuperação de lesões. O uso de pro-hormonais também é uma possibilidade. Existem esteroides Designer, que são estruturalmente esteroides anabolizantes manipulados, especialmente desenvolvidos por químicos para os atletas para ser indetectável pelos testes antidoping atuais (por exemplo, tetrahidrogestrinona , ou THG ).

Assim como testosterona e GH, o uso de stanozolol, oxandrolona pode ser comum, já que são drogas com tempo de detecção bem curto (oral ~ 3 semanas). Muitos lutadores foram pegos por uso de stanozolol e masteron (tempo de detecção: 2 meses). O uso de diuréticos além de ajudar na perda de peso, ajuda a mascarar o uso de outras drogas por acelerar a eliminação das mesmas pela urina. Em geral , os atletas podem usar diuréticos em dose única de algumas horas antes de uma competição (ou seja, os lutadores ou desportistas para fins de mascaramento) ou cronicamente abusá-los por meses (ou seja, ginastas). É importante notar que os diuréticos mais abusado por atletas (furosemida, hidroclorotiazida e triantereno) tem uma meia -vida curta e , portanto, são indetectáveis na urina se as amostras não são coletadas dentro de 24-48 horas após a última administração.

A avaliação de uso ilegal de testosterona é baseada na relação urinária de testosterona:epitestosterona, com a relação 6:1 (em alguns lugares 4:1) sendo o limite superior de corte legal. Como a testosterona não é convertida imediatamente em epitestosterona, a utilização exógena desta droga aumenta a relação. Alguns atletas injetam epitestosterona antes do teste de drogas para tentar mascara o uso exógeno de testosterona. A contraprova dessa estratégia é que conscentrações de epitestosterona superiores a 200 ng/mL são consideradas provas de manipulação de epitestosterona. Além disso, formas de curta duração de testosterona (testosterona aquosa) podem elevar as concentrações de testosterona por apenas algumas horas, após as quais a relação de testosterona/epitestosterona volta aos limites basais. A detecção de utilização de testosterona representa um desafio significativo para os laboratórios de controle de doping.



De qualquer forma fazer abuso de esteroides não é uma estratégia inteligente, por dois motivos muito claros, o lutador precisa baixar o peso (a maioria precisa perder facilmente mais de 10kg), e os lutadores também não podem sofrer com o crash hormonal após suspender o uso. Baixar muito peso usando esteroides anabólicos não é muito simples, e depende da resposta individual. O pior mesmo para o lutador seria ter uma grande perda de rendimento após suspender a droga. Lutadores não podem abusar de esteroides anabólicos, porque são drogas com maior facilidade de detecção nos testes antidoping, e devem evitar os efeitos negativos do crash hormonal sobre o sistema nervoso e a perda de força. Isso pode explicar também porque muitos dos lutadores que migraram do Pride (onde não existiam testes, até onde eu sei) para o UFC não conseguiram o mesmo rendimento nas lutas. Podemos citar facilmente Wanderlei Silva, Maurício Shogun, Mirko Cro Cop. O abuso prolongado de esteroides influencia negativamente as adaptações neurais geradas pelo treinamento após suspender o uso, e essa recuperação pode levar muito tempo.

O uso de esteroides de forma controlada (sem abuso) em conjunto com testosterona e GH (ou apenas os dois) seria uma forma mais eficaz de manter o lutador com um alto rendimento. Isso fez com que muitos lutadores utilizassem a prerrogativa da TRT (terapia de reposição de testosterona) para se manter em grande forma (Vitor Belfort, Chael Sonnen), quando ainda era permitida pelas comissões atléticas. Aqui no Brasil a falta de testes antidoping permite que lutadores façam abuso constante de esteroides.

Alguns lutadores apresentam físicos que lembram muito o de bodybuilders, Cheick Kongo e Touquinho são bons exemplos. Mesmo que façam uso de hormônios (como Touquinho que foi pego em 2012 pelo uso de testosterona), não tenho dúvida que são atletas que possuem um grande potencial genético para ganho de massa muscular. Justamente porque são lutadores que apresentam físicos estáveis durante muitos anos e precisam passar por vários testes antidoping. Seria muito difícil manter um físico desses apenas com uso de peptídeos (sabemos que GH sozinho é inútil nesse sentido) para uma pessoa que não tem o mesmo potencial genético. Assim como manter o físico com muita massa muscular e baixo percentual de gordura por muito tempo sem uso de altas doses esteroides é muito difícil, e esses lutadores apresentam físicos de alto nível no dia da luta, justamente na época em que o antidoping tem maior probabilidade de acontecer. Eles podem estar em uso de esteroides frequentemente, mas dificilmente em abuso.



Ao contrário do que muitos podem pensar, as drogas não são usadas muitas vezes para dar uma grande vantagem na força do lutador, e sim para manter o rendimento nos treinos e facilitar a recuperação (por isso o grande apelo do GH), devido a grande exigência do treinamento desses atletas. Sem drogas esses atletas não seriam tão diferentes, elas apenas otimizam o grande potencial genético e talento desses atletas (mas isso faz muita diferença para bater recordes). O melhor lutador com certeza não é o que mais faz uso de drogas, nem no fisiculturismo funciona assim, e sim o atleta com maior talento, o mais completo. No atletismo isso fica bem claro, nos anos 30 o recorde dos 100m rasos era de 10.3-10.2 s (os esteroides não haviam sido sintetizados, nem GH ou EPO), enquanto nos anos 90 esse recorde chegou a 9.9-9.8 s. Uma pequena diferença que poderia ser atribuída às drogas, mas também a evolução do treinamento, de qualquer forma uma pequena diferença. Independente do uso de drogas ou não, tanto Usain Bolt ou Lance Armstrong, com certeza devem ser reconhecidos como os mais talentosos atletas em suas modalidades.

Uma pequena lista de casos famosos (tem muito mais):

Chael Sonnen (2x) – testosterona (2010); GH, HCG, EPO, anastrozol (2014)
Stephan Bonnar (2x) – masteron e boldenona
Wanderlei Silva- se recusou a fazer o teste (2014)
Brian Bowles- testosterona (2013)
Antônio Silva Pezão- testosterona (2013)
Cris “Cyborg” – stanozolol (2012)
Touquinho- testosterona (2012)
Rafael Cavalcante Feijão- stanozolol (2012)
Alistair Overeem- testosterona (2012)
Muhammed Lawal- masteron (2012)
Thiago Silva- amostra de urina falsa (2011)
James Irvin- epitrenbolona (2010)
Josh Barnett- masteron (2009)
Royce Gracie- nandrolona (2007)
Hermes França-masteron (2007)
Sean Sherk- nandrolona (2007) – lutou com Hermes França
Nate Marquardt – nandrolona (2005)
Thiago Alves – espironolactona (2006)
Tim Sylvia- stanozolol (2003)

abraços, dudu haluch




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