A MENTIRA DAS DIETAS EXTREMISTAS (DUDU)

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

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Ultimamente ando vendo muita gente vendendo a fantasiosa ideia de quer perder muito peso é algo bom, e que isso seria na maior parte gordura sem perda de massa muscular. Isso é muito estúpido, é má entendimento da fisiologia e um erro de avaliação grosseiro ou proposital.

Nosso organismo obviamente tem uma limitação para queimar gordura semanalmente, e isso pode variar de pessoa para pessoa, do metabolismo, restrição calórica, perfil da dieta, percentual de gordura do indivíduo. Poderíamos dizer que perder ~1kg por semana é algo bem significativo que exigiria uma restrição calórica de no mínimo ~1000kcal por dia (~7000kcal por semana), isso válido apenas nas primeiras semanas, já que a restrição calórica tende a reduzir a taxa metabólica com o tempo. Importante dizer que parte desse peso perdido será água e até mesmo massa muscular, e não apenas gordura. Agora as pessoas que perdem 2-4 kg em uma semana e fantasiam que isso é gordura estão totalmente equivocadas, pior é achar que não ocorre perda de massa magra. Indivíduos obesos poderão ter maior facilidade em perder mais gordura em uma dieta restritiva, mas também terão que perder uma grande quantidade de peso para atingirem resultados significativos.

É importante lembrar que os carboidratos e a insulina são importante não só na manutenção dos estoques de gordura (efeito poupador de gordura), como também na manutenção da massa muscular (efeito poupador de proteína). Isso significa obviamente que uma grande restrição de carboidratos da dieta levará a uma grande perda de peso, em parte água pelos baixos níveis de glicogênio muscular (pois 1g de glicogênio armazena 3-4g de água), em parte gordura pela restrição calórica e restrição de carboidratos e baixos níveis de insulina. Acontece que uma grande restrição de carboidratos também levará a uma maior degradação de proteínas, já que o corpo irá catabolizar proteínas para usar uma parte dos aminoácidos como glicose (gliconeogênese) e uma parte como energia (com os esqueletos de carbono dos aminoácidos sendo usados como intermediários no ciclo de krebs). Fica claro que uma grande restrição de carboidratos exige uma compensação de proteínas para atenuar o catabolismo da massa muscular. Isso é fundamental para manutenção da massa magra, uma vez que muitas dessas dietas restritivas absurdas não fazem essa compensação e afirmam que não ocorre perda de massa muscular. Isso só poderia ser verdade se algum tipo de hormônio anabólico está sendo utilizado, já que esteroides androgênicos e peptídeos como GH otimizam o balanço nitrogenado positivo, aumentando a síntese e reduzindo a degradação proteica, mas apenas parcialmente se o déficit calórico é muito acentuado. Fora isso, está claro que quanto maior a perda de peso, maior tende a ser a perda de massa muscular, principalmente se não a uma mudança no perfil da dieta (elevando as proteínas), e indivíduos com maior massa muscular e menor percentual de gordura tendem a sofrer mais com o catabolismo que obesos.



Dietas restritivas são eficazes para perda de peso no curto prazo, mas em geral não no longo, não só porque reduzem a taxa metabólica, mas também reduzem significativamente os níveis de leptina, hormônio secretado pelo tecido adiposo responsável pela saciedade e pela modulação do peso corporal. A leptina é o principal hormônio que modula a expressão de neurônios orexígenos NPY/AgRP e anorexígenos POMC/CART. A baixa dos níveis de leptina leva a um aumento na expressão dos neurônios orexígenos como NPY (neuropeptídeo Y), levando a um grande aumento do apetite. Alguns estudos demonstram que uma redução de 10% do peso corporal em indivíduos obesos resultou na redução de 53% da leptina sérica. A redução da taxa metabólica e dos níveis de leptina levarão consequentemente a uma desaceleração da perda de peso e gordura e também a um grande aumento do apetite. Por isso muitos médicos acabam prescrevendo medicamentos inibidores do apetite (como sibutramina) para o indivíduo manter a dieta. Não preciso dizer que após cessar o uso do medicamento o indivíduo tende a sofrer com o efeito rebote, e os estudos mostram que o uso desses medicamentos só é razoavelmente efetivo se existe uma mudança no estilo de vida. Não existe milagre, sem dieta e treinamento não existe resultado sólido.

Não existe mágica, um resultado sólido depende de consistência e paciência. Dietas extremistas podem funcionar no curto prazo e para algumas poucas pessoas, mas é improvável uma manutenção do resultado no longo prazo devido aos mecanismos de adaptação do organismo, e importante salientar que para indivíduos naturais uma grande perda de peso num período curto de tempo levará não só a perda de gordura e água, mas também de massa muscular. Tenho pena de você que se impressiona com essas dietas fantasiosas.

abraços, dudu haluch

FONTE:
DUDU HALUCH
depois posto outras :)




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