Muita gente tem me perguntado sobre ciclos sem testosterona. Já tinha escrito sobre isso em 2012 e o meu primeiro ciclo em 2011 foi apenas deca e estanozolol.
Ciclar sem testosterona era muito comum no passado e eu conheci muitos fisiculturistas que utilizavam essa estratégia. Se você pesquisa relatos de fisiculturistas old school vai perceber que um combo muito comum no passado era a combinação de deca com dianabol (Oliva, Larry Scott, Dave Draper, Mentzer). Essa combinação foi muito comum no passado não só por ser eficiente, mas porque os atletas não sabiam ainda como controlar a aromatização da testosterona, que mesmo em doses baixas já pode provocar ginecomastia (efeito menos provável com nandrolona e dianabol). Tamoxifeno e clomifeno só entraram no fisiculturismo por volta dos anos 80 e os inibidores de aromatase tempos depois.
Quando falei sobre ciclos sem testosterona em 2012 fui muito criticado, porque desde os anos 80 e 90 a testosterona se tornou droga de base na maioria dos ciclos de fisiculturistas. Com certa razão, testosterona é o hormônio que mais influencia libido e e o humor de forma positiva, mas o grande erro é achar que ela também não pode afetá-los de forma negativa. O pós-ciclo de esteroides é um bom exemplo disso. A interrupção do uso da testosterona acaba provocando efeitos colaterais muito indesejáveis em relação a queda drástica da libido, disposição, motivação etc. Um indivíduo que não usa testosterona no ciclo pode não ter os mesmos benefícios em relação a libido e humor, mas também tem menor chance de sentir os colaterais de crash dos níveis de testosterona que ocorre após cessar seu uso. Na verdade um ciclo sem testosterona tende a reduzir sua libido, mas esse efeito muitas vezes não é perceptível pelo usuário. Outro ponto é que alguns usuários podem ter disfunção erétil ou perder qualidade da ereção quando ciclam sem testosterona, mas isso está longe de ser regra e posso falar por experiência própria. O fato dos fisiculturistas do passado ciclarem sem testosterona também deveria dizer algo em relação a isso.
Relatos históricos informam que testosterona foi o primeiro esteroide a ser testado pelos fisiculturistas americanos (John Grimek, Jim Park, Yaz Kuzahara). Esses atletas utilizaram testosterona sob a supervisão do médico John Ziegler e pelos relatos históricos eles não gostaram de utilizar testosterona, provavelmente pela oscilção hormonal agressiva que a testo provoca na libido e no humo quando se interrompe o uso, além da ginecomastia, que na época (1954) não tinha como ser evitada. O Dianabol, lançado pela Ciba em 1958, foi o primeiro esteroide amado pelos fisiculturistas dos anos 50 e 60 e logo em seguida eles também adotaram a nandrolona (deca) como base de seus ciclos. nessa época não existia TPC e os uso de esteroides era feito muito mais na base do empirismo.
Desde que os fisiculturistas aprenderam a controlar os efeitos colaterais do estrogênio nos anos 80 a testosterona passou a ser a base dos ciclos de muitos atletas e usuários, pois além de ser um hormônio muito anabólico, é o hormônio que mais influencia a libido, a disposição e a virilidade de forma positiva, principalmente quando se mantém seus níveis estáveis e acima dos limites fisiológicos (não necessariamente em doses elevadas). Eu particularmente prefiro manter a testosterona como base do meu uso de hormônios, mas entendo que isso não necessariamente pode ser o melhor para qualquer pessoa. O mais importante com testosterona é que você terá problemas com ela se ficar alterando as dosagens frequentemente e para um usuário que faz ciclo e TPC ela pode não ser uma boa opção já que você irá interromper o uso depois de um tempo e sofrerá com o crash da testo, que é o pior crash entre os esteroides.
abraços, Dudu Haluch