Um indivíduo sedentário se alimentando com dietas ricas em carboidratos refinados tende a engordar e comer mais. Isso acontece porque uma dieta rica em alimentos de alto IG (índice glicêmico) promove aumento dos níveis de glicose e insulina de forma rápida. Esse pico de insulina após as refeições promove rápida captação da glicose sanguínea, dos ácidos graxos e dos aminoácidos. Com níveis elevados de insulina ocorre aumento da síntese de glicogênio e gordura (lipogênese). Nesse período a oxidação de gordura é reduzida e nosso corpo oxida mais carboidratos, favorecendo o acúmulo de gordura. O grande aumento dos níveis de insulina reduz a glicemia rapidamente (hipoglicemia reativa), gerando aumento dos hormônios contrarregulatórios da insulina, como adrenalina e cortisol. Esses hormônios estimulam a quebra do glicogênio e a gliconogênese hepática (síntese de glicose a partir dos aminoácidos). A gliconeogênese hepática estimulada pelo cortisol utiliza aminoácidos provenientes da degradação de proteínas musculares, favorecendo o catabolismo muscular. Ou seja, o indivíduo sedentário tende a perder massa muscular, enquanto ganha gordura. Além disso, com a queda dos níveis de insulina e glicose ocorre aumento da fome. Esse efeito dos carboidratos refinados no metabolismo é interpretado como “vício em açúcar” porque acaba promovendo um desequilíbrio nos mecanismos de controle da saciedade, reforçando o sistema de recompensa (prazer) do cérebro. Com isso o indivíduo sente mais necessidade de alimentos palatáveis, ricos em açúcar e gordura.
Não é simplesmente bater macros.
Dudu Haluch