A carnitina é um composto endógeno sintetizado a partir dos aminoácidos essenciais lisina e metionina e também pode ser obtida através de fontes alimentares, principalmente carnes e derivados do leite. Os principais sítios de armazenamento da carnitina são o coração e o músculo esquelético.
A carnitina desempenha um papel fundamental no metabolismo de lipídeos, pois é responsável por transportar os ácidos graxos para o interior da mitocôndria, onde sofrem beta-oxidação (queima de gordura) para produção de ATP (energia). Os ácidos graxos provenientes do tecido adiposo são transportados até os músculos (ou outro tecido que precisa de ATP, como o coração) e ao entrarem na fibra muscular são convertidos em acil-coA. A molécula de coA não consegue ultrapassar a membrana mitocondrial, por isso a molécula de acil-coA precisa da ação das enzimas CPT-I e CPT-II (carnitina palmitoil transferase) para ser transportada até a matriz mitocondrial, onde sofrerá beta oxidação para dar origem ao acetil-coA (intermediário comum do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas), que será oxidado posteriormente pelo ciclo de Krebs.
A hipótese de suplementar carnitina para aumentar queima de gordura é proporcionar um aumento na atividade das enzimas oxidativas CPT-I e CPT-II. Embora maior parte dos estudos mostrem aumento nas concentrações plasmáticas de carnitina com sua suplementação, as concentrações intramusculares não apresentam alterações (ou muito pouca alteração). A carnitina também apresenta baixa disponibilidade (5-15%) e ao ser ingerida em altas doses é excretada rapidamente pela urina. A maioria dos estudos com suplementação de carnitina (1-6g/dia) não mostrou alterações na composição corporal, nem aumento da performance em indivíduos saudáveis. A suplementação de carnitina pode ser benéfica para indivíduos com deficiência na síntese de carnitina, insuficiência renal crônica, alterações vasculares periféricas e síndrome da fadiga crônica.
abraços, Dudu Haluch