O saldo entre anabolismo e catabolismo ao longo do tempo depende da soma total das reações catabólicas e anabólicas, e esse saldo vai depender do estímulo do treino, da dieta e do ambiente hormonal (isso se tratando de anabolismo proteico, porque ganho de gordura também é um processo anabólico). É difícil catabolizar durante um ciclo de esteroides anabolizantes, porque a sinalização hormonal otimiza os processos anabólicos e atenua os processos catabólicos, de forma que, mesmo em dieta restrita, é possível manter um saldo final anabólico (síntese proteica > degradação proteica). Dentro desse contexto mais amplo, é besteira se preocupar se uma variável, como aeróbico/termogênico, pode levar à perda de massa muscular, porque você obviamente precisa considerar o contexto global, tudo que o indivíduo está fazendo.
O catabolismo como um processo crônico de perda de massa muscular em indivíduos treinados não acontece de um dia para o outro. As condições para que isso aconteça envolvem destreinamento por um período maior que ~2 semanas, má alimentação com grande déficit calórico por dias prolongados, principalmente em indivíduos com baixo percentual de gordura. Alterações no ambiente hormonal também podem levar a uma perda substancial da massa muscular, como é o caso de indivíduos com hipertireoidismo ou hipotireoidismo, indivíduos que fazem uso de corticoides, indivíduos que interromperam o uso de esteroides anabolizantes ou homens que possuem deficiência de testosterona
(hipogonadismo). Ficar algumas horas sem comer durante o dia, como na prática do jejum intermitente, não levará necessariamente a perda de massa muscular.
Referência: E-book Nutrição e Hipertrofia Muscular. Dudu Haluch, 2021. Livro Nutrição no Fisiculturismo. Dudu Haluch, 2018.